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Curiosidades

Café da Amazônia: Quais são os Grãos e Torra? É forte?

Quando o assunto é café, para quem conhece sobre o universo, já sabe quais são as melhores regiões na produção desse fruto.

Aqui no Brasil, Minas Gerais está em primeiro lugar quando a pauta é uma bebida Premium, de altíssima qualidade e com características únicas.

Contudo, outras áreas vem conquistando o seu devido valor, como é o caso de alguns locais no interior de São Paulo. E mais um nome vem para integrar essa lista: Rondônia!

Onde é produzido o café da Amazônia?

Como o próprio nome já dá a entender, este café é produzido em uma área que faz parte da Amazônia, mais precisamente em Rondônia!

A região chamada de Matas de Rondônia é composta por 15 municípios:

  • São Miguel de Guaporé;
  • Alta Floresta d’Oeste;
  • Cacoal;
  • Nova Brasilândia d’Oeste;
  • Alto Alegre dos Parecis;
  • Ministro Andreazza;
  • Novo Horizonte do Oeste;
  • Alvorada d’Oeste;
  • Seringueiras;
  • Espigão d’Oeste;
  • Rolim de Moura;
  • Santa Luzia d’Oeste;
  • Castanheiras;
  • Primavera de Rondônia;
  • São Felipe d’Oeste.

O que muda com a Indicação Geográfica de Denominação de Origem do café canéfora?

O café desta área anda fazendo tanto sucesso que a região recebeu em junho deste ano, 2021, a primeira Indicação Geográfica Matas de Rondônia para Robustas Amazônicos de café Robusta e Conilon (canéfora), pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).

Este selo atesta a qualidade dos cafés do tipo Coffea canephora.

Tal indicação vai muito além de deixar o café da Amazônia “bem na fita”. Esse selo, que assegura a singularidade e a originalidade de serviços ou produtos, vai ajudar a valorizar o comércio local, além de beneficiar o produtor e o também o turismo da região.

Por conta desse reconhecimento, os produtores locais já estão negociando para exportar o café para cerca de 13 países.

Quais são os grãos mais usados na região amazônica?

Na região Amazônica você vai encontrar dois tipos mais comuns de café: aquelas que fazem parte do grupo canephora , principalmente do tipo conilon. Mas algumas áreas como Rolim de Moura, Cacoal, Jaru e Novo Horizonte ainda cultivam Apoatã e Guarini.

Assim como do tipo Arábica, de variedades Catuaí e Mundo Novo. Este é cultivado em áreas de grande altitude e representa cerca de 5% do parque cafeeiro estadual.

Qual a diferença do grão da amazônia para o arábica?

De origem da América do Sul e do sudeste da Ásia, o café canephora rende muito mais que o Arábica. Ele se diferencia desse outro por ter uma semente menor, mas em contrapartida ele tem menos casca e é mais pesado.

Na verdade, existem muitas outras diferenças. Por exemplo, o robusta é considerado um grão de baixa qualidade, por isso é mais usado para fazer blends e é frequentemente utilizado para complementar o pó do Arábica.

Ele também tem um rendimento muito maior após a sua torrefação, e por isso se torna um café essencial para as bebidas solúveis.

Ambos se diferenciam igualmente na sua estrutura. Os grãos que fazem parte do grupo canephora são mais vigorosos, com bastante volume e são mais eficientes em absorver nutrientes e água vinda do solo. Por conta disso, é uma planta mais resistente a possíveis faltas desses dois elementos.

A diferença também é observada nas folhas, que são maiores e com um tom de verde mais claro. O fruto costuma ser vermelho, tanto mais claro quanto mais escuro.

Já no paladar se mostra um café menos aromático, com bastante cafeína, mas ao ser torrado, produz uma bebida única.

Com relação ao Arábica, ele é a espécie mais importante do gênero coffea, tanto que representa cerca de 70% de todo o café que é comercializado mundialmente.

Sua origem é das altas terras da Etiópia, mas atualmente é mais produzida no continente americano, Ásia e África.

E o fato dele ser a espécie mais produzida não é à toa. É um café de qualidade altíssima, sabor adocicado e um aroma único, diferente do canéfora.

Como acontece a indicação ao selo?

Para que o café seja indicado a esse selo ele precisa ter todas as características da região onde ele é cultivado.

Para isso, no entanto, o produtor tem que provar por A mais B essas características. A começar por apresentar documentos e informações científicas que comprovam a qualidade da terra onde o café é plantado.

É preciso igualmente comprovar as características geográficas e genéticas da produção.

No caso dos grãos da Amazônia, estes demonstram todos os pontos únicos relacionados à região, principalmente se comparado a outros locais do Brasil. E essas características estão diretamente ligadas ao clima amazonense.

Por que os cafés canephora são considerados de baixa qualidade?

Os cafés canephora, que incluem o Conilon e o Robusta, são considerados de baixa qualidade – mesmo tendo um rendimento muito maior que o Arábica – pois trata-se de um grão bruto, com bastante cafeína, mais corpo, sem nenhum aroma e muito amargor.

Com tudo isso, ele acaba sendo o patinho feio da família. Mas a aposta dos produtores desse grão é fazer um robusta fino, onde o fruto recebe o mesmo tratamento dado aos melhores tipos de Arábica.

Para isso foi desenvolvido um tipo de torra muito específico para esse grão, que aumenta sua qualidade, aproveitando apenas o melhor do fruto.

Com essa torra muito bem pensada, o café perde o seu amargor forte.

Por meio desses testes e pesquisas, já é possível fazer um robusta filtrado menos amargo e mais fácil de beber. Por outro lado, na extração espresso ele ainda fica com essa característica bem evidente, que só é suavizada com a adição de leite junto ao café.

Conclusão

Alguns especialistas ainda torcem o nariz para o robusta por conta do seu amargor e por não ser um café aromático, mas essa visão está mudando.

Por mais que essas sejam as características naturais do grão, hoje em dia com a quantidade de tecnologia e ferramentas disponíveis para tratar o fruto, é só uma questão de tempo até que o patinho feio se torne um astro entre os amantes de café.



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